
Fotógrafos agora temos uma nova coluna em nosso site. Sempre que possível Otávio Carvalho fará um texto baseado em alguma foto. Otávio escreve muito bem e além disto tem uma grande sensibilidade musical (em breve ele estoura por aí). Essa é a primeira foto analisada por ele, espero que gostem. Nessa coluna não teremos regras, apenas aquilo que ele desejar criar.
A arte aqui é a desestruturação da linguagem e forma formal da letra, para dar lugar a uma invenção solitária-original. O grafite se desconecta do vulgar e mergulha no particular. O grafiteiro comunica-se por imagens-gritos que buscam os olhos dos distraídos e a atenção dos cansados.
Vale lembrar que a cidade em si, a modernidade em si não são exemplos de coesão plena. As cidades acolhem e repelem seus transeuntes com a mesma facilidade de um disk entrega, mano.Os conformados se calam e seguem o fluxo alienante de vida nas fábricas, lojas, lanchonetes, andaimes, escritórios; os que se rebelam, vociferam pelo alto, pelos muros, pelos sons. Existe, sim, dentro do homem, uma inexplicável necessidade de ser ouvido, mas o silêncio urbano cega.
A beleza da mensagem é de quem a vê, de quem a sente. Visto que não há nela anúncio, prenúncio para moldar o olhar alheio. O colorido extravagante, rebate o cinza das pessoas e das ruas, diz-nos que há cor no fim do viaduto, que olhar para o lado pode ser o mesmo que seguir em frente. Os citadinos de mãos hábeis, que defendem o pluralismo cromático, mostram o que deixamos de ver: nós mesmos! Nós somos grandes e cheios de cor e não essas criaturas pálidas que recheiam os espaços e os universos dos centros urbanos.
E aí, gostaram do texto? Querem uma foto analisada por ele? Deixe nos comentários suas impressões e caso queira ser analisado também entre em contato conosco.